A seca no nordeste já existe desde
antes da chegada dos portugueses aqui no Brasil. Ela é um fenômeno natural cíclico, que acontece com frequência e não temos como fugir dela. Há décadas atras,
era incerto se saber se ia ou não ter inverno. E a seca chegava de surpresa
arrasando tudo com seu sol abrasador. Nesse tempo a gente contava apenas com as
profecias dos profetas populares, que as vezes acertavam. Mas ninguém se
prevenia frente essas profecias, havia esperança no dia de São José, que muitas
vezes chovia, iniciando assim o inverno. Todos se baseavam no conhecimento
popular. E não Havia prevenção para a
chegada da seca, nem tampouco políticas públicas para esse fim. Quando ela
chegava trazia o terror e instalava-se um caos na nossa caatinga. Muita gente
morria de fome ou de doenças relacionadas ao fenômeno. Os rebanhos eram
dizimados pela fome e pela sede. O povo da Caatinga sofria demais.
Nos tempos atuais, a Ciência evoluiu, e os
meios e instrumentos para pesquisar a
seca são eficazes. Há satélites monitorando as águas do oceano e a imensidão
nordestina. Sendo assim, ela é avisada com antecedência. Há tempo para se gerar
políticas públicas eficazes de convivência com a seca. Porém, não acontece
isso. Muito se investe em programas para a seca e pouco se aplica. Há desvios
de recursos para outros fins... E os agricultores ficam na penúria, recebendo
migalhas que pouco ameniza a situação. A seca enriquece muitos políticos,
enquanto dizima nossos rebanhos, fauna e flora, empobrecendo ainda mais o nosso
povo. As consequências da seca refletem
uma administração pública incompetente, na esfera federal, estadual e
municipal. Sofremos porque ainda nos falta coragem para exigir o cumprimento
dos nossos direitos. A seca vai sempre existir, mas o povo precisa aprender e
ter suportes para conviver com ela.
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Fátima Alves – Poetisa da
Caatinga
Foto de minha autoria
Foto de minha autoria
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