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Caatinga/ mandacaru em flores

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sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Um Natal Espiritual - Voz poética de Poetisa da Caatinga

Imagem retirada do google
Um Natal espiritual

Um natal espiritual
Foi o que nos ensinaram a conhecer
Nele não havia essas festas
Nem presentes
Em papai Noel a gente nunca acreditou
E ainda bem que aprendemos assim
Porque ficaríamos muito tristes
Humilhados e infelizes
Se o bom velhinho não nos visitasse
Se todo ano nos esquecesse
Sem nunca se justificar
Mas não tínhamos essa fantasia
Por isso não houve lacuna na ausência
Do tão querido papai Noel
Nosso Natal era diferente...
E a gente o sentia de forma real
Em espírito!
O comércio ainda não tinha chegado
Entre nós com sua boca de dragão
Para deturpar o sentido do nosso natal
No mês de dezembro
Mesmo vivenciando grandes dificuldades
Havia uma magia a nos envolver
E nossos corações se preparavam
Para uma festa celestial
Onde Jesus menino viria nos visitar
No momento em que nascesse
Nisso nós acreditávamos
Então, quando chegava o dia 24 de dezembro
Nossos casebres eram arrumados
A comida era melhorada
Tinha sabor e cheiro especial
E nossas roupas, as vezes novas, as vezes não
Eram passadas e penduradas com carinho
Para vestirmos na missa da madrugada
Lá na igreja da nossa pequena cidade
Onde todos se confraternizavam
Com um abraço e palavras de feliz Natal
Depois da missa os jovens ainda ficavam
Na praça da igreja ou na festa dançante
Que sempre havia nessa noite
E quando o Sol do Natal chegava
A comunidade se encontrava contagiada pela paz
Esse clima se sentia na alma
E se compartilhava com nossos vizinhos
Fazendo uma visita às famílias próximas
E levando de costume
Um pedaço de um bolo bem simples
Que a família tinha feito na tarde anterior
E a família que recebia o retribuía
Num ato singelo de fortalecimento
De elos de amizade entre ambas
Assim, dessa forma tão simples
Vivíamos em espírito
Os natais da nossa infância e adolescência
Podendo sentir de forma simbólica
O verdadeiro sentido dessa festa
E apesar da história ter nos mostrado
Que Jesus não Nasceu em Dezembro
Essa data escolhida pelos cristãos
Tem toda a magia e grandeza da noite real
Essa que na história se perdeu...
Mas é uma pena!
Ver uma noite tão bela
Sendo palco pra reinado material
Onde o consumismo rola e deita
No presépio!
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
(Poetisa da Caatinga)

Natal,14.12.09

sexta-feira, 10 de novembro de 2017

Versos para minha eterna Lua - Voz poética de Poetisa da Caatinga

















Versos para minha eterna Lua

Saudades de ti minha doce lua
É o que vivo a sentir...
Penso em ir te encontrar
Mas tenho medo de voar
Me contento em só te ver
Mesmo sem poder beijar-te

Lua minha ! Sou alegre...
Mas sem ti não sou completa
Em meu nobre coração
A saudade se instalou
E colocou sua bagagem
Nos lugares que eram seus

Sabes, minha Lua querida!
Caso eu demore a te encontrar
Não pense que te esqueci
Inda guardo  comigo teu lugar
Arrumado e sempre  perfumado
Com ternura e  muito encanto
No meu nobre coração
***
Maria de Fátima Alves de Carvalho
(Poetisa da Caatinga)
Natal, 11.04.09

“Versos para minha filha Ana Sara”

 Crédito da foto: Fátima alves / Poetisa da Caatinga

sábado, 23 de setembro de 2017

Vivências do meu passado - Voz poética de Poetisa da Caatinga

















Vivências do meu passado

Vivências do meu passado
Lá dos tempos da infância
Bem frequente em mim despertam
E me levam para a Serra
Nossa Serra Terra Mãe
Onde ainda tenho o berço
Que espera a minha alma
Para um dia descansar

No silêncio do meu ser
Volto sempre a minha Serra
Muitas vezes é verão
Mesmo assim eu quero ir
Abraçar meu juazeiro
Que insiste em me chamar
Pra sentar á sua sombra
E com ele conversar

A Caatinga seca está
Porém, nada ali morreu
Compreendo o meu lugar
Sei que ela adormeceu
E sentirá meu amor
Quando seu solo eu beijar
Momento em que lhe acordo
Pra ela ouvir meu cantar

Hoje canto minha terra
Num sentir que vem da alma
Na caatinga eu nasci
Numa Serra muito bela
Onde em tempo de inverno
Era o nosso paraíso
E no verão tão castigado
A vida tinha mais valor

Volto alegre a minha Serra
Onde eu não pude ficar
E na busca pra viver
Muitas terras desbravei
Até chegar nesse mar
Onde decidi ficar
Buscando vida melhor
Mas pra Serra hei de voltar

Maria de Fátima Alves de Carvalho
( Poetisa da Caatinga)
Natal, 08.11.09
Texto do meu livro "Retratos Sentimentais da Vida na Caatinga"

Crédito da foto : Emanoel Milhomens


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

“Aos anjos meus irmãos” - Voz poética de Poetisa da Caatinga

                            “Aos anjos meus irmãos”

Planto flores de todas as cores
E penso em vocês anjos das dores
Cada sorriso!
Cada cheiro!
Cada olhar!
Cada dor!
Ah, meus anjos irmãos!
Das suas dores inda me lembro...
E sinto em mim todas elas!
Naquela sequidão...
Era difícil até as flores
Pra aliviar as dores!
Mas o nosso céu era tão azul
E tinha nuvens branquinhas
Fofinhas e perfumadas
Só pra receber vocês
E depois Deus vim buscar
Era assim que eu pensava...
E hoje pra cada um cultivo flores
Junto com meu eterno amor...

“Aos anjos meus irmãos( Francisco, Mª Gorete, Jusciene, Juscilene e Geovane)”
Texto do meu livro “Palavras Singelas e Encantamentos...”

Autora:
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Foto de minha autoria

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Inspiração no por do Sol - Voz poética de Poetisa da Caatinga


Inspiração no por do Sol

Tarde de junho...
Um final de dia como outro qualquer
Mas a inspiração me pega pela mão
E me convida a contemplar
O majestoso Sol que se vai
E já dourou o horizonte
Com seu toque de magia
Deixando na maciez das nuvens
Os reflexos da sua magnífica luz
Luz da vida
Luz do calor
Luz da alegria
Luz da magia
Luz da esperança
Luz que vai... mas sempre volta
Luz que nunca se apaga
Claridade que envolve e aquece a terra
Fazendo brotar a diversidade da vida.

Maria de Fátima Alves de Carvalho – Poetisa da Caatinga
Natal, 21.06.09


domingo, 23 de julho de 2017

Minha infância - Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga



Minha infância -  Ensaios poéticos  ( antes de me mostrar escritora)
                              ******Minha infância*******
Texto escrito antes de me tornar oficialmente poetisa e escritora
           Quando criança vivi uma infância repleta de experiências  necessárias á constituição do sujeito desejante e aprendente que habita meu corpo e meu organismo. Juntamente com meus irmãos e irmãs vivenciamos as mais diversificadas  experiências, envolvendo alegrias, tristezas, dores, magia, inocência e encantamentos. Tivemos que viver muitas situações desagradáveis, mas sempre prefiro descrever as cenas agradáveis, embora, aquelas dolorosas também tenham sido importantes para a estruturação da nossa modalidade particular de ensinar e aprender.
            Nossa vida era tão simples! Que sempre me senti misturada a natureza, nunca me vi a parte dela. Aprendia a ver o mundo com os olhos da minha pequenina inocente alma.  E dessa forma, o nosso tempo transcorria sem que a gente percebesse, entre os caminhos de casa para o rio, para a roça e para a escola. Naquele recanto do nosso pequeno mundo, tudo que fazíamos tinha grãos de esperança para nos sustentar até a chegada da colheita.
           Agora que vejo, lá atrás a minha mocidade... Gosto de lembrar ternamente dos momentos em que brincávamos livremente pelos campos, os quais, na maioria do tempo, se mostravam secos, mas tinha seu tempo de ficarem verdes e alegres, num período que parecia um paraíso. Esse tempo era o inverno, que chegava cheio de bonanças, trazendo  os animais silvestres, e verdejando a mata, que orgulhosa, se enfeitava com singelas e raras flores. Pela lente do meu olhar, tudo ali era singelamente belo e encantador.
            O Rio! O Nosso Rio... corria bravamente ou serenamente pelas serras e vales. Um espetáculo que todo ano vivenciávamos de forma impar, pois jamais foi igual para nosso olhar e sentir... No ar, sentíamos a brisa fresca, misturando-se  ao perfume das flores. E tudo nesse tempo nos fazia felizes. Simplesmente, porque a água na caatinga, chega como uma deusa e faz tudo que é vida acordar para viver intensamente pouco tempo. E na magia desse breve tempo, aprendíamos a arar a terra, a plantar, a cultivar e a esperar o tempo de colher e de pescar. Ao mesmo tempo, era também possível  vivenciar as mais agradáveis brincadeiras, próprias da nossa cultura, como, tomar banho  no rio, nadar de diversas maneiras, pular  do alto das ingazeiras, oiticicas ou das ribanceiras, nas águas marrons ou cristalinas do nosso rio, pois ele vivia mudando de cor a cada temporada de chuvas.
             E quando então chegava as tão esperadas noites de lua cheia, nos encantávamos com a beleza do seu véu de claridade, e como lá no sítio ainda não tinha chegado energia, nem televisão, o terreiro das casas se transformavam em palco, onde brincávamos de cantigas de roda,, bandeirinhas, cair no poço, tica, passar o anel, e outras infinidades de brincadeiras daquela  época.  
              Nas noites escuras, sem lua, sentávamos na salas ou no alpendre á luz da lamparina. E empolgados (as) esperávamos as histórias de trancoso contadas pelos mais velhos. Também ouvíamos frequentemente programas noturnos de rádio.  E quando chegava o final de semana, os terreiros eram varridos para receber visitas a tardinha. E nós crianças brincávamos de casinha e de cozinhar. E ainda  tinha os folhetos das melhores músicas das paradas de sucesso,   e principalmente  os cordéis, que traziam os novos casos acontecidos para serem contados e cantados ali para todos.
             Ao relembrar aqueles momentos, arquivados na memória, sinto-me orgulhosa em poder descrever cenas felizes da minha infância, e no entanto, desejo um dia, quem sabe, escrever um livro e dedicá-lo a todas as pessoas da caatinga, que assim como eu, tiveram o privilégio de nascerem e serem criadas no campo.
Maria de Fátima Alves de Carvalho
Natal, Parque dos Coqueiros-2001
Obs:  O Sonho se realizou. Já escrevi  e publiquei 04 livros. Todos dedicados ao meu povo... 
"Florescer da Alma"/2009
"Retratos Sentimentais da Vida na Caatinga"/2010
"Palavras Singelas e Encantamentos..."/2011 
"Letras de Caatingueira"/2018

domingo, 4 de junho de 2017

Nossas Vidas juntos... Voz poética de Espedito Segundo - Poeta Pauferrense

Nossas vidas Juntos...
Seis primaveras se foram
Não nos vemos diariamente..
A casa vazia ecoa saudade
Pelos cantos lembranças..
Impaciente, ansioso, paulatinamente espero..
Tudo volta ao normal
Em um breve final de semana.
Sou cavalo-marinho ancorado.
Sua companhia embebeda..
Minha saudade cintilante cheira a álcool.
E assim eu a engano com sua breve presença.
Vou velejando.
Viajando em meus pensamentos..
Viajando pra te encontrar em todo final de semana...
AMO Vocês! Meu Coração se resume em uma saudade semanal...

domingo, 28 de maio de 2017

Um botão da fada - flor -Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga





















Um botão da fada flor

 Um lindo botão de flor
Encontrei no meu jardim
E vou esperar com amor
Que ele se abra pra mim

Nesse botão bem vistoso
Dorme uma flor  encantada
Que anuncia o tempo chuvoso
E pela caatinga é amada

Quando vejo esse botão
Sei que a chuva vai chegar
E o povo do meu sertão
Logo irar se alegrar

É botão da fada – flor
Que o mandacaru gerou
Quem avisa com amor
Que o inverno já chegou
              ***
Natal, 07.12.09

Texto do meu livro "Palavras Singelas e Encantamentos"... 

Foto da autoria de Emanoel Milhomens

sábado, 25 de março de 2017

Sentindo a Serra - Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga


















Sentindo a Serra

Na grandeza lá da Serra
Tão pequenina me sinto
Parecendo passarinho
Que no céu pode voar
Vejo o mundo infinito
E do alto eu contemplo
O mais lindo horizonte
Onde mora os sonhos meus...

Na imponência da Serra
O vento canta pra gente
Emitindo os sons da terra
Em brisas ou tempestades
É possível escutá-lo
E também sentir os cheiros
Das flores que ele tocou
Quando por elas passou
E  também ficou cheiroso...

Fátima  Alves - Poetisa da Caatinga
Natal:13.11.09
Texto publicado no meu livro "Retratos Sentimentais  da Vida na Caatinga"
 Crédito de Emanoel Milhomens

sábado, 11 de março de 2017

O despertar da Caatinga - Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga














O despertar da Caatinga

Seca...completamente desfolhada
E aparentemente sem vida
Sou a caatinga nordestina
Um bioma frágil, mas rico em fauna e flora
Possuo uma biodiversidade espetacular
Fico assim, durante vários meses
E as vezes até anos
Quem me desconhece
Pensa que estou morta
E me acha assustadora
Mas isso, é apenas uma defesa
Aprendi a me desfazer
Das minhas folhas
E fingir que estou morta
Mas na realidade
Apenas durmo...
E permaneço adormecida
Até que volte a primeira chuva
Assim, economizo água e energia
Faço isso para poder sobreviver
Aos longos períodos de estiagem
Tempo em que o céu não permite
Que as suas nuvens venham me banhar
E embora esse processo seja bem sofrido
Já estou com ele acostumada
E enquanto durmo... Sonho!
Sonho com o momento mágico
Do meu despertar...
Pois quando  cai a primeira chuva
Começo a acordar...


E como num milagre de ressurreição
A vida ressurge em mim
De forma esplendorosa!
Todos os dias, há uma explosão
De nascimentos e despertares
Tudo é grandioso e mágico
Em pouco tempo
O que se mostrava seco e deserto
Transforma-se num paraíso
Com vidas e cores
Muitas vidas! E muitas cores!
Um lugar de encanto e beleza impar
Onde correm riachos e cachoeiras
A flora fica um primor verdejante e florido
A fauna exibe mamíferos
Pássaros e insetos
E tudo se equilibra de forma majestosa
Há ressurreição e nascimentos
A alma da caatinga adormecida desperta!
E vem com ela
A alegria!
A esperança!
E a fartura...
Um cenário que de forma singela e doce
Desperta também a inspiração e a magia
Que faz pulsar fortemente
O coração da poesia
Dos  poetas e poetisas deste  nordeste

Fátima Alves - Poetisa da Caatinga

Natal, 01.09.08
 Foto de minha Autoria

sábado, 28 de janeiro de 2017

Manda chuva Deus!- Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga


















Manda chuva Deus!
Pra Caatinga acordar
E seu povo se alegrar
A seca aqui tá malvada...
Já queimou toda a mata
E os animais se foram...
O sol aqui é escaldante
É difícil suportar!
Mas somos um povo forte
O nosso Deus nos socorre!
E o poder público
Faz de conta que não vê
A miséria se espalhando
E o povo a sofrer...
Orar é a única esperança
Para Deus nos escutar...
Manda chuva Deus!
Manda logo!
Traz socorro pro seu povo
Que pra ti continua orando...
***
Fátima Alves – Poetisa da Caatinga

Natal,28.01.2017
 Crédito da foto: Emanoel Milhomens 

segunda-feira, 9 de janeiro de 2017

Os danos da Seca no RN - Voz poética de Fátima Alves - Poetisa da Caatinga - São Miguel / RN

















Os danos da seca no RN...

Há cinco longos anos
Não chove o suficiente
Para acabar com os danos da seca
O RN sofre Com a falta d’água
Em quase todos os nossos municípios
Os reservatórios d’água secaram
Carros pipas abastecem  muitas cidades e sítios
Os rebanhos foram muito reduzidos
Muitos agricultores perderam todo o seu rebanho
Não há água nem alimento para os animais
A situação é muito triste...
A fauna migrou para  lugares distantes
A flora secou completamente
O que se vê é  a mata com cara de morta
O céu se mostra azul turquesa
Com nuvens bem brancas
Ou sem nuvem alguma!
O vento sibila levantando redemoinhos
A poeira toma conta das estradas
E o povo pede e espera em Deus
Para que venha inverno trazendo fartura
Ao  nosso sertão que agoniza na seca
Pois sendo a seca um fenômeno natural
E não havendo medidas preventivas para ela
O socorro só poderá vim de Deus...
***
Fátima Alves- Poetisa da Caatinga
Natal,09.01.2017
 Foto de Minha autoria