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quarta-feira, 9 de dezembro de 2015

A seca no nordeste - Voz poética de poetisa da Caatinga



























            A seca no nordeste já existe desde antes da chegada dos portugueses aqui no Brasil. Ela é um fenômeno natural  cíclico, que acontece com frequência  e não temos como fugir dela. Há décadas atras, era incerto se saber se ia ou não ter inverno. E a seca chegava de surpresa arrasando tudo com seu sol abrasador. Nesse tempo a gente contava apenas com as profecias dos profetas populares, que as vezes acertavam. Mas ninguém se prevenia frente essas profecias, havia esperança no dia de São José, que muitas vezes chovia, iniciando assim o inverno. Todos se baseavam no conhecimento popular.  E não Havia prevenção para a chegada da seca, nem tampouco políticas públicas para esse fim. Quando ela chegava trazia o terror e instalava-se um caos na nossa caatinga. Muita gente morria de fome ou de doenças relacionadas ao fenômeno. Os rebanhos eram dizimados pela fome e pela sede. O povo da Caatinga sofria demais.
       Nos tempos atuais, a Ciência evoluiu, e os meios  e instrumentos para pesquisar a seca são eficazes. Há satélites monitorando as águas do oceano e a imensidão nordestina. Sendo assim, ela é avisada com antecedência. Há tempo para se gerar políticas públicas eficazes de convivência com a seca. Porém, não acontece isso. Muito se investe em programas para a seca e pouco se aplica. Há desvios de recursos para outros fins... E os agricultores ficam na penúria, recebendo migalhas que pouco ameniza a situação. A seca enriquece muitos políticos, enquanto dizima nossos rebanhos, fauna e flora, empobrecendo ainda mais o nosso povo. As consequências da seca  refletem uma administração pública incompetente, na esfera federal, estadual e municipal. Sofremos porque ainda nos falta coragem para exigir o cumprimento dos nossos direitos. A seca vai sempre existir, mas o povo precisa aprender e ter suportes para conviver com ela.
***

Fátima Alves – Poetisa da Caatinga
 Foto de minha autoria

sábado, 28 de novembro de 2015

Oração pela Caatinga- Voz poética de Poetisa da Caatinga


















Oh! Deus misericordioso
Escutai nossos clamores
Manda a chuva pra Caatinga
E faz ela acordar
A vida aqui está triste
Toda a mata ficou cinza
Ninguém vê um passarinho
Voando em nosso céu
Os animais estão fracos
E morrem a cada dia...
Nada se pode fazer
As políticas públicas não são eficazes
Só tu podes resolver
Trazendo a bendita Chuva
Pra encher nossos açudes
Barragens, rios e riachos
E nascer um mundo novo
Nesse chão tão ressecado
Oh! Deus Supremo Pai
Em nome do teu filho Jesus Cristo
Nos mostra o teu poder
E acaba logo essa seca
Pra Caatinga renascer
E com belezas esplandecer!
                ***
Fátima Alves - Poetisa da Caatinga
Natal, 18.11.2015
 Crédito da foto: Emanoel Milhomens

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Orgulho de ser Professora - Voz poética de Poetisa da Caatinga





















Orgulho de ser Professora
Mesmo diante das adversidades
Gosto de ser professora
Não considero vocação
Mas dedicação da alma
E não importa se não sou vista
Meu trabalho é sagrado
Nele semeio sementes
Para a sociedade colher frutos
Frutos bons!
Homens e mulheres abençoados
Por Deus soberano Pai!
Por toda essa grandeza ...
Que passa por minhas mãos
Sinto orgulho de ser Professora
E não deixo que meu salário
Me faça revoltada
Sem garra
Sem perseverança
Penso que foi Deus
Quem me deu a tarefa de educar
E procuro fazer isso
Da melhor forma possível
Porque no futuro
Eu mesma poderei colher
Os frutos que eu plantei
Pois ser Professora me dar
Essa graça e benção...
***
Fátima Alves – Poetisa da Caatinga
Natal, 15.10.2015


segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Menino triste... Voz poética de poetisa da Caatinga

















Menino triste...

Menino triste li em seus olhos
Que tua vida era de dor
Muitas dores!
Dor por não ter o alimento
Tanto do corpo como da alma
Pois lhe faltavam gotas de amor

Menino triste quando te vi
Senti em mim a sua dor
Meu coração por ti chorou
Essa dor física tão social
Que deixa marcas na nossa alma
E é gerada por falta de amor

Menino triste sou muito fraca
Na sua frente quase chorei
Foi tão difícil me controlar
Me sustentei só no espírito
Pra com palavras te alimentar
E seu sorriso poder colher

Menino triste quanta inocência
Quando do circo pra mim falavas
E seu olhar feliz ficava
Naquela hora eu viajei
Junto contigo naquele circo
Pra no trapézio poder voar
E te aplaudi no picadeiro
Quando você se apresentasse

Menino triste com eu queria
Ser tua mãe e lhe salvar
Te adotar perante a lei
Te ver crescer com meu amor
Filho gerado no coração
Mas você tem sua família
E é lá que deves ser amado

Ah, menino triste!
Assim como você
São tantas as crianças
Que passam por minha vida
E tenho que consolar
Com o poder só da palavra

Mas você menino triste...
Ainda não pude esquecer
Seu olhar me faz chorar
Sua dor em mim ficou
O que faço menino triste?
Pois não posso te adotar...
Mas te dou esse poema!

Fátima Alves – Poetisa da Caatinga
Natal, 22.05.2010
Texto dedicado a um menino pobre de lar desestruturado.
O qual atendi como professora psicopedagoga.






quinta-feira, 25 de junho de 2015

Dia e noite! Sol e Lua! - Voz poética de Poetisa da Caatinga










Dia e Noite! Sol e Lua!

Vem chegando o véu da noite
E o sol já vai embora
Me abraça uma saudade
Deste rei que tanto adoro

Mas da noite também gosto
Sua magia me enfeitiça
E com a luz de cada estrela
Eu costumo conversar

Toda noite olho o céu
Com segredos pra contar
A rainha das estrelas
Lua que me faz sonhar

Tanto quanto amo o Sol
A lua por mim é amada
E meu coração se inspira
Quando um dos dois no céu está!

Dia e noite!
Sol e Lua!
Pra vocês vivo escrevendo
Sentimentos que me fazem
Conseguir mostrar ao mundo
O valor de se viver...
                   ***
Fátima Alves: Poetisa da Caatinga
Natal,15.10.09
Texto do meu livro Palavras Singelas e Encantamentos...
 Foto de minha autoria

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Dormi antes da lua chegar...Voz poética de Poetisa da Caatinga

















Dormi antes da Lua chegar...

Quando a lua veio olhar-me
Um sono calmo me abraçava
E uma mansa brisa me beijava
Me cobrindo com cheiros da terra
Era uma noite de lua cheia
Noite muito especial
Pois um manto de claridade
Lá do céu a lua nos jogava
E na terra do terreiro
A gente feliz cantava e brincava
Com os sonhos já sonhados
Mas naquela noite...
Só lembro que muito esperei a lua
Porém, o sono chegou antes dela
Me encantou e me levou
Para o mundo das estrelas
O mesmo mundo da lua
E em vez de admirá-la
No seu castelo eu dormi
E no meu sono eu sonhei
Que meu mundo era o dela
E minha mãe era ela...

Fátima Alves-Poetisa da Caatinga
Natal, 30.01.2010
Texto do meu livro “Palavras Singelas e Encantamentos...




Voz poética de Elba Ramalho



Nordeste Independente

Já que existe no sul esse conceito
Que o nordeste é ruim, seco e ingrato
Já que existe a separação de fato
É preciso torná-la de direito
Quando um dia qualquer isso for feito
Todos dois vão lucrar imensamente
Começando uma vida diferente
De que a gente até hoje tem vivido
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Dividido a partir de Salvador
O nordeste seria outro país
Vigoroso, leal, rico e feliz
Sem dever a ninguém no exterior
Jangadeiro seria o senador
O cassaco de roça era o suplente
Cantador de viola o presidente
E o vaqueiro era o líder do partido
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Em Recife o distrito industrial
O idioma ia ser nordestinense
A bandeira de renda cearense
"Asa Branca" era o hino nacional
O folheto era o símbolo oficial
A moeda, o tostão de antigamente
Conselheiro seria o inconfidente
Lampião, o herói inesquecido
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

O Brasil ia ter de importar
Do nordeste algodão, cana, caju
Carnaúba, laranja, babaçu
Abacaxi e o sal de cozinhar
O arroz, o agave do lugar 
O petróleo, a cebola, o aguardente
O nordeste é auto-suficiente
O seu lucro seria garantido
Imagine o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Se isso aí se tornar realidade
E alguém do Brasil nos visitar
Nesse nosso país vai encontrar
Confiança, respeito e amizade
Tem o pão repartido na metade,
Temo prato na mesa, a cama quente
Brasileiro será irmão da gente
Vai pra lá que será bem recebido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

Eu não quero, com isso, que vocês
Imaginem que eu tento ser grosseiro
Pois se lembrem que o povo brasileiro
É amigo do povo português
Se um dia a separação se fez
Todos os dois se respeitam no presente
Se isso aí já deu certo antigamente
Nesse exemplo concreto e conhecido
Imagina o Brasil ser dividido
E o nordeste ficar independente

(Esse comentário abaixo da Elba Ramalho foi ao vivo,
não faz parte da letra da música):

Povo do meu Brasil
Políticos brasileiros
Não pensem que vocês nos enganam
Porque o nosso povo não é besta