Para uma Roseira que sobreviveu a seca de 1958
Minha Mãe!
Teve que deixar seu lar
Seus irmãos e irmãs
Seus amigos e amigas
E eu, fico pensando... Será que ela chorou?
Ou por ser inocente se alegrou?
Sei que lá junto a sua tia
Ela viveu feliz por vários anos
Transitando entre a saudade e a bonança
Coitada da minha mãe Roseira!
Menina morena!
De olhos cor de jabuticaba
Era magra, com cintura fina feito pilão
E tinha lindos e longos cabelos pretos
Mais belo ainda!
Era seu nome!
Maria Jacira!
Nome de Santa e de Índia
Essa roseira, tinha um apelido
Todos a chamavam de Jarina
E por esse nome ficou conhecida
Jarina, é uma linda e imponente planta da Região Amazônica
Da qual, de cujos frutos, saem belas sementes
E os povos da floresta, os transforma em lindos colares
Eu não sei o porquê desse apelido
Mas adorei! Quando conheci a história da planta.
E minha Roseira, num cenário de seca e terror
Viveu bons momentos...
Num tempo em que a fome
Matava muitos membros das famílias
Algum tempo após essa seca
A Roseira voltou para seu lar
E lá, só ficou por pouco tempo
Pois logo, ela encontrou um cravo
E com ele se casou.
Ah! Penso que não era o cravo esperado
Ele apenas a seduziu pela beleza
Que nela havia
E todo ano essa Roseira junto a esse cravo
Gerava um botão que depois
Desabrochava em flor
Mas a flor murchava e caía
Não chegava a frutificar
E alguns botões nem desabrochavam,
Caiam antes mesmo de chegar ao estágio de flor
Eu fui seu segundo botão a desabrochar e virar fruto
Pois o primeiro murchou e morreu assim que desabrochou
E de todos os botões e flores da minha Mãe Roseira
A natureza selecionou apenas 08 (oito)
Para chegar a ser flor e fruto
E começar um novo ciclo de vida
E assim,
De tão sofrida pela vida...
De tanto lutar para sustentar seus frutos
Maria Jacira
Ou
Simplesmente Jarina
Adquiriu várias patologias
Inclusive mental e cardíaca
Mas ainda em vida
Ela viu e contemplou a beleza
Dos seus frutos que a vida selecionou
E lhe deu como Dádiva de Deus
Depois ela se foi...
Para sempre!
E eu vivo a escrever para ela
O que em vida tinha vergonha de dizer
Coisas da nossa cultura familiar...
A gente não era apegada fisicamente
Porém, entre nós, sempre houve um eterno amor.
Te amo! Minha Roseira Maria Jacira
Ou apenas,
Minha Mãe Jarina...
Uma frágil Roseira
Santa e Índia!
***
Fátima Alves/ poetisa da Caatinga
Natal/30.11.2011
Era 1958, uma grande seca assolava
vários municípios do Nordeste, e aqui no RN num povoado chamado Baxio de
Nazaré, na época, pertencente a São Miguel (área serrana) do alto Oeste deste
Estado, morava Minha Roseira, aquela que mais tarde desabrocharia botões,
flores e finalmente frutos... E seria minha Mãe!
Dizem que a minha Roseira, ainda sem botões e sem flores, já se mostrava linda... Mas naquela terrível seca, para não morrer por falta de nutrientes, seus pais a passaram para ser cuidada por uma tia (Maria José) que tinha mais condições.
E a Roseira ainda meninaDizem que a minha Roseira, ainda sem botões e sem flores, já se mostrava linda... Mas naquela terrível seca, para não morrer por falta de nutrientes, seus pais a passaram para ser cuidada por uma tia (Maria José) que tinha mais condições.
Teve que deixar seu lar
Seus irmãos e irmãs
Seus amigos e amigas
E eu, fico pensando... Será que ela chorou?
Ou por ser inocente se alegrou?
Sei que lá junto a sua tia
Ela viveu feliz por vários anos
Transitando entre a saudade e a bonança
Coitada da minha mãe Roseira!
Menina morena!
De olhos cor de jabuticaba
Era magra, com cintura fina feito pilão
E tinha lindos e longos cabelos pretos
Mais belo ainda!
Era seu nome!
Maria Jacira!
Nome de Santa e de Índia
Essa roseira, tinha um apelido
Todos a chamavam de Jarina
E por esse nome ficou conhecida
Jarina, é uma linda e imponente planta da Região Amazônica
Da qual, de cujos frutos, saem belas sementes
E os povos da floresta, os transforma em lindos colares
Eu não sei o porquê desse apelido
Mas adorei! Quando conheci a história da planta.
E minha Roseira, num cenário de seca e terror
Viveu bons momentos...
Num tempo em que a fome
Matava muitos membros das famílias
Algum tempo após essa seca
A Roseira voltou para seu lar
E lá, só ficou por pouco tempo
Pois logo, ela encontrou um cravo
E com ele se casou.
Ah! Penso que não era o cravo esperado
Ele apenas a seduziu pela beleza
Que nela havia
E todo ano essa Roseira junto a esse cravo
Gerava um botão que depois
Desabrochava em flor
Mas a flor murchava e caía
Não chegava a frutificar
E alguns botões nem desabrochavam,
Caiam antes mesmo de chegar ao estágio de flor
Eu fui seu segundo botão a desabrochar e virar fruto
Pois o primeiro murchou e morreu assim que desabrochou
E de todos os botões e flores da minha Mãe Roseira
A natureza selecionou apenas 08 (oito)
Para chegar a ser flor e fruto
E começar um novo ciclo de vida
E assim,
De tão sofrida pela vida...
De tanto lutar para sustentar seus frutos
Maria Jacira
Ou
Simplesmente Jarina
Adquiriu várias patologias
Inclusive mental e cardíaca
Mas ainda em vida
Ela viu e contemplou a beleza
Dos seus frutos que a vida selecionou
E lhe deu como Dádiva de Deus
Depois ela se foi...
Para sempre!
E eu vivo a escrever para ela
O que em vida tinha vergonha de dizer
Coisas da nossa cultura familiar...
A gente não era apegada fisicamente
Porém, entre nós, sempre houve um eterno amor.
Te amo! Minha Roseira Maria Jacira
Ou apenas,
Minha Mãe Jarina...
Uma frágil Roseira
Santa e Índia!
***
Fátima Alves/ poetisa da Caatinga
Natal/30.11.2011
Nenhum comentário:
Postar um comentário