Rio de Upanema/RN e abaixo Lagoa de Piató-Açu/RN
Um poema com letras de lágrimas...
Escrevo usando letras com materiais diversos
Há letras de flores
Há letras de Terra
Há letras de cores
Há letras de ouro
Há letras de alegrias
Mas também escrevo
Com letras de dores e de lágrimas
Hoje este poema é todinho escrito
Com letras de minhas lágrimas
Lágrimas do sentir
Do coração da minha alma
E se esse poema por acaso
Vier a ser meu último poema
Deixarei em letras
Minhas últimas lágrimas
Aquelas que junto na alma
E nunca molharam meu rosto
Já bem marcado pela vida
Essas lágrimas não são de alegrias
São de dores e sofrimentos subjetivos
Por nunca ter sido vista aqui no meu lugar
Como uma pessoa que tem potencial
Para falar e escrever...
E para falar de coisas que precisam
De vozes e escritas
Para não serem apagadas
Porém, essas coisas passam em silêncio
Entaladas em muitas pessoas
E eu por ter recebido de Deus um dom natural
Uma vez que comecei a poetar antes da ida a escola
Falo, escrevo e incomodo a quase todo mundo
Porque isso eu sinto... sem precisar nada ser dito.
Atuo como gestora em uma área urbana
Das mais perigosas da Grande Natal
E talvez do RN.
Trabalho lá desde que cheguei na capital
E lá fiquei, porque me senti em missão divina
Para ajudar através da palavra e de meus textos
A qualquer pessoa que precise ser realmente ouvida
Sem que se faça juízo de valor...
Apenas nesse lugar sou reconhecida
Pois fora da minha função de educdora
Me rejeitam
Me odeiam
Ou me colocam na invisibilidade
Isso acontece até mesmo na igreja
De onde saí, após estar lá há 10 anos
E sinto a dor da falta daquele lugar
Porém, não consigo ficar em lugar algum
Onde os olhares me dizem
Que ali estou sobrando...
Tenho uma sensibilidade aguçada
Para perceber o que dizem os olhos das pessoas
Eu não quero ter isso! Mas tenho!
Consigo ler os olhos daqueles que
Mesmo fingindo querer minha amizade
Pretendem me fazer o mal
Ninguém me faz o mal
Sem que eu antes perceba
E ao perceber me afasto do grupo ou da pessoa
Assim, a cada dia vou ficando mais isolada
Desse tipo de convívio
E passo meu tempo
Entre a família e o trabalho
Atualmente, me dedico exclusivamente
Ao trabalho de educadora
E a poesia em prosa, versos e outros
A fonte de minhas inspirações é meu viver
Articulado com a natureza,
Em especial com O Bioma Caatinga!
Um Lugar de belezas e pura magia...
Que retrato nas minhas letras e fotografias
Mas o Meu Estado (RN) não percebe
Ou não quer perceber
E assim, sem encontrar lugar
Para dar mais vazão ao meu ser poético
Pertenci durante quase três anos
A uma associação de poetas e outros afins (SPVA)
Ela é aberta para quem quiser entrar
Portanto, não recebi convite
Cheguei lá simplesmente
Pelo desejo de estar em sintonia
Com poetas de diversos estilos
De início, parecia que tinham me aceitado
Porém, logo descobri o contrário
Pois o que deveria ser orgulho
Para qualquer entidade
Que lida com escritores e poetas
Para mim foi completamente ofuscado
Estou me referindo
A publicação de dois livros lindos
E importantes para o RN
Ninguém se pronunciou para me dar visibilidade
Enquanto artista da entidade
Quando com meus recursos próprios
Publiquei meu 2º livro “Retratos Sentimentais da Vida na Caatinga”
E por reconhecimento
Nem sequer um cartaz com "parabéns" recebi pela entidade
Essa dor foi muito grande
No ano seguinte, publiquei meu 3º livro
"Palavra Singelas e Encantamentos..."
Mais uma vez nenhum parabéns ...
O livro foi ofuscado por completo...
E o retiraram inclusive de uma programação
Quando eu já tinha sido convidada e avisada sobre a data
E pior que a imagem do livro
Já constava no cartaz do evento
O qual ainda guardo nos meus arquivos
Sobre esse 2º livro, apenas dois blogs
De membros da entidade
( Presidência e o de uma colega que divulga a literaura feminina do Nosso Estado)
O divulgaram e o valorizaram!
E quanto aos demais membros? Reinou silêncio...
Enfim, por sentir o que não precisa se dizer
Saí da associação. E me expliquei aqui no meu blog
Mas ainda dói em mim...
Pois hoje vejo a entidade entregando medalhas,
Certificados de honra ao mérito
E todo tipo de honrarias e incentivos,
Mas ressalto que a maioria das pessoas
Que estão sendo homenageadas
Enquanto estive lá, não as conheci...
Aí pergunto a mim mesma!!!
Sou invisível???
Devo ser apenas alma!
Porque tenho certeza
Que pela minha atuação fiel a SPVA
No mínimo um poema de homenagem
Pelo que fiz divulgando a entidade
Até lá nas Serras do nosso lindo Alto Oeste
" EU DEVERIA TER RECEBIDO"
E chego a conclusão que neste meu mundo Potiguar
Não tem lugar para mim...
Havendo exceção, apenas nas escolas onde trabalho.
E com letras de lágrimas e de tudo que citei
No início deste poema narrativo
EU vou continuar escrevendo dia e noite
E deixando com força minha marca
Neste mundo que não me quer
E para o mundo (planeta) que não me conhece
Porque sou apenas uma pequena semente que germina poesia
E o vento leva para qualquer lugar da terra...
Trazendo ele mesmo para mim o retorno
De cada leitor(a) que no Brasil e no Mundo
Tem lido tudo que escrevo no recanto das letras
E me elogiado diariamente.
Entendi que o tamanho do meu mundo
Se faz pelas minhas palavras
E elas não tem lugar certo para aterrissagem...
Fátima Alves/ Poetisa da Caatinga Potiguar
Natal/10.02.2012
Texto dedicado a quem se faz que não me ver...
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