Quando eu tinha mais ou menos
Uns 10 anos de idade
Ia sempre com minha vó Sabina
Num lugar bem divinal
Chamado poço dos cágados
Poço que nunca secava...
E quando o inverno chegava
Lá se vinha a cachoeira
Com véu de águas singelas
Dar mais beleza ao lugar!
E ali eu e vovó Sabina
Juntas com outras mulheres
E também suas crianças
Envolvidas por magias
Daquelas imagens singelas
Lavávamos trouxas de roupas
Contando e ouvindo histórias
Que do lugar se contava...
Se dizia que aquele poço
Era um encantamento
Nele morava a mãe dágua
Por isso nunca secava...
Disso eu tinha muito medo
E só nadava no raso
Pular lá da cachoeira
Jamais me aventurava
Pois temia que a mãe dágua
Me escolhesse pra seu reino
E num abraço bem leve
Lá no fundo me encantasse
Pra lhe fazer companhia
Sendo um anjo da mãe dágua
Protegendo o lindo poço!
Essa história é do Inconsciente coletivo do povo de Coronel João Pessoa (Meu povo)
E espero que esta singela lenda, ainda esteja sendo contada para as crianças do lugar...
Fátima Alves / Poetisa da Caatinga
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