
Este espaço, tem como objetivo principal, divulgar as vozes poéticas da caatinga nordestina,em grandeza, beleza e dificuldades...Vozes daqueles(as) que vivem a respirar pela arte, o silêncio e os gritos do povo e da terra deste lugar... Mostraremos retratos sentimentais de um bioma rico em diversidade de vidas e culturas, mas que no entanto, pouco é estudado, e menos ainda compreendido...Um bioma que muda a cara para sobreviver as prolongadas estiagens...
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sábado, 29 de maio de 2010
Voz poética de Emanuel Carvalho
Meu Cajueiro
O meu velho cajueiro
Que um dia me recebeu
Que doces frutos me deu
Sempre depois da florada
Posto em cima da calçada
É meu guarda-sol gigante
Seus galhos são como amantes
Enlaçados e bem cobertos
Suas folhas bem faceiras
Filtram o ar do meio dia
Ah, senhor! Como eu queria
Que seu tronco fosse eterno
Quando eu abria a janela
Bem cedo me deparava
Com uma orquestra cantando
De galho em galho pulando
Saboreando seu fruto
Sanhaçu, pardal, rolinha
De todo cantos eles vinham
De manhã e a tardinha
Meu cajueiro me parecia
Um viveiro a céu aberto
Tudo isso eu via de perto
Quando seus frutos amadurecia
Mas hoje velho e cansado
Seus galhos secos esfolados
Sem vigor pouco floresce
Seus frutos atrofiaram
Suas folhas ressecaram
E suas castanhas não crescem
Já recebi tantas propostas
De gente mal desalmada
Pra tirá-lo da calçada
Por não ter mais serventia
Mas por amor eu espero
Que ele se revigore um dia
Sem intenção de feri-lo
Querendo deixá-lo bonito
Por pura ignorância minha
Cortei uns galhos que tinham
Em outras plantas encostado
E ele sofreu com isso
Talvez tenha acelerado
O fim de sua produção
Gerando essa sequidão
Em suas folhas e galhos
Ah! Se meu arrependimento
O tornasse como antes
Nunca mais eu lhe tocava
Com objetos cortantes...
Emanuel Milhomens de Carvalho
Natal/2009
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