
A névoa que tudo oculta
Ela não deveria estar aqui
O fascínio que ela exerce é demais
Hipnose noturna
A lua no quarto crescente
Some entre as nuvens e a névoa
Qual é qual? Já não sei mais
Hipnose noturna
O frio é acolhedor
O frio é o manto da noite
Mais acolhedor do que o do sol
Hipnose noturna
O efeito é barroco
Porém os tempos são modernos
O frio refresca a já gélida alma
Hipnose noturna
Apreensão mescla-se com o prazer
Alguém por perto observando...
Efeito colateral ou realidade?
Hipnose noturna
Corujas, grilos, gatos, cães
Componentes de uma orquestra sombria
Cujo único ouvinte vos fala
Hipnose noturna
Não consigo mais ver o horizonte
Será que a lua já se foi
Ou permanece ofuscada e angustiada?
Hipnose noturna
Ela teve sua cena roubada
Durante o seu monólogo
Já não basta ser ofuscada pelo dia?
Hipnose noturna
Estrelas! Já não lhes vejo
Queria dialogar com vós
Antes de ser levado pela música de Hipnos
Angústia noturna
Mais alguém para ver-te, noite?
Não, esse pertence ao dia
Deixe-o para lá
Indiferença noturna
Dai-me teu adeus, lua!
Ainda bem que a névoa intensa
Apiedou-se de mim e libertou-lhe
Misericórdia noturna
Agora ela ameaça com a chuva
Já que não submeti-me à canção
Oh! A batalha começo a perder
Desistência noturna
Então que assim seja!
Adeus, estrelas, noite, lua, névoa!
Que outras madrugadas como esta venham!
Despedida noturna.
Autor:
Marcio Roberto ( Filósofo e poeta- membro da SPVA)
Fátima, adorei seu espaço. Afetuoso abraço. Ângela Rodrigues Gurgel
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